Locoroco 2
04/03/2010 19:58
Um design simples, casado com um pacote artístico inigualavelmente charmoso, Locoroco 2 conserta algumas falhas do original e é um ótimo game.
![](https://fliperama.terra.com.br/canais/gamesedicas/locoroco/locoroco_thumb.jpg)
Além de ser um dos mais charmosos e cativantes jogos lançados para a plataforma PSP (competindo com os pequenos ciclopes de Patapon), Locoroco era também um de seus melhores puzzles. Combinando um pouco do estilo de plataforma, o game de 2006 era um jogo viciante, porém um pouco curto e repetitivo demais para alguns gostos. A SCE Studios, procurando fazer a experiência Rocoloco definitiva lançou Locoroco 2, com uma série de inovações e uma trama nova.
A história acompanha uma nova invasão dos Mojas, comandada novamente pelo rei Bonmucho, que busca a ajuda dos Bui Bui para derrubar a resistência dos Rocolocos. A trama é leve e quase irrelevante: a maior parte dos vídeos não passa de trechos nonsense divertidos e que pouco dizem sobre o conflito geral. Não há problema nisso, pois gera certo surrealismo divertido, que contracena com uma alta dose de carisma e charme. A jogabilidade é tão simples que o grosso dele exige o uso de apenas três botões. Para movimentar as pequenas bolhas, tudo o que o jogador precisa fazer é inclinar o cenário usando os botões L e R e lá elas irão, seguindo o fluxo da gravidade e da física montada na engine. Para saltar, o único meio de golpear os adversários, se aperta simultaneamente o L e R. Como um último ponto, os Locorocos - o jogador controla simultaneamente vários deles - tem a capacidade de se juntar em uma grande bola quando apertado o círculo e se desfazer com um segundo clique. Com uma dinâmica tão simples assim, não é de se surpreender que o Rocoloco original tenha sido criticado por sua natureza repetitiva.
O que Rocoloco 2 faz é injetar no game mais variedade por meio de atividades variadas e mini-games. As pequenas criaturas agora, além de atravessarem partes submersas e poderem utilizar as conchas de outros seres como meio de defesa e transporte, têm que empreender jogos rítmicos (simples como apertar o círculo no tempo correto). A música foi sempre um fator integral na série e aqui ela está de volta, tão excêntrica quanto a original. De fato, muitas músicas foram reutilizadas nesta versão, enquanto novas foram criadas: é uma coletânea cativante de vocais, que cantam em línguas estranhas e aumentam de tonalidade conforme a cor de seu Rocoloco. Embora as novidades colocadas não sejam muitas, o resultado é um pacote muito competente e um reforço a uma genial mecânica de jogo. É altamente recomendado a qualquer um que nunca tenha colocado a mão em nenhum jogo da série. Além disso, a vida útil do game é bem longa, com 20 Rocolocos a serem encontrados e os pequenos mojitos a serem colecionados em cada fase, há muita razão para se jogar novamente. O jogo, por outro lado, é pouco desafiante e extremamente curto.
Como já deve ter ficado claro, a atmosfera visual do jogo é um dos pontos focais da experiência. Não há texturas complexas ou complicados efeitos de luz, apenas uma adorável direção de arte. Os Rocolocos roubam a cena, exprimindo susto quando lançados por uma corrente de ar e uma inebriante alegria enquanto rola pelo canário a fora. Os outros personagens também são muito bem montados: desde o visual tribal e grosseiro dos Mojas até o design humanóide dos Mui Mui, companheiros dos Rocolocos na defesa de sua terra natal. O malvado Bonmucho até mesmo lembra um pouco o Baron Samedi, um dos vilões do 007. As animações são também muito divertidas, apesar da maioria se originar mais da própria física do jogo do que de uma coreografia pré-programada. Pouca coisa neste game é tão divertida quanto ver um gordo Rocoloco se espremendo em uma fenda – completo com uma feição assustada - só para sair do outro lado tremendo como um balão cheio de água.
Indico Rocoloco 2 para qualquer jogador de PSP que ainda não tenha experimentado a série. Estes não vão se arrepender. Quem já jogou o original também terá razões para retornar, levando em conta a quantidade de conteúdo novo, desde os novos mini-games até os inúmeros itens a serem coletados. É um adorável esforço de arte que, embora não inove a série, é sem dúvida único o suficiente.
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