Half Life 2 (Orange Box)

28/02/2010 11:33

Gordon Freeman e seu fiel pé-de-cabra lutam para salvar a decadente City17, em um histórico tiro em primeira pessoa que evoluiu o jeito de pensar o gênero.

 

O jogo mais esperado dos últimos anos finalmente foi lançado. A sequência do excelente Half-Life, lançado em 1998, esta aí para provar que toda a espera valeu muito a pena. No jogo você continua a saga de Gordon Freeman, um cientista que se vê obrigado a pegar nas armas e partir para o combate após um incidente que fez com que a terra fosse invadida por alienígenas. Bem, as coisas não são tão simples assim...

Além de estabelecer novos patamares técnicos, como veremos mais adiante neste review, Half-Life 2 inova também na jogabilidade. Não deixe que o fato de ser um jogo de tiro em primeira pessoa o leve a pensar que ele possui aqueles clichês do gênero, as mesmas armas de sempre e a mesma mentalidade de "atire em tudo o que se move".




Para começar, durante aproximadamente um terço do jogo você estará dentro de algum tipo de veículo, viajando de um ponto a outro no imenso cenário. No caminho, você encontrará diversos obstáculos, locais para parar e explorar a pé, e um ou outro quebra-cabeça para resolver a fim de liberar a estrada para seu veículo.

O clima que permeia todo o jogo é digno de nota, sendo o aspecto do jogo que mais chamou minha atenção. É um misto de opressão e desolamento, com ruínas em toda parte e cenários apocalípticos que lembram os do filme Mad Max. As armas, à exceção da memorável arma de gravidade, não são tão novidade assim, mas inovam na forma com que se comportam graças à ultra-realista engine "source". Todas as armas que você espera estão lá: pé-de-cabra, pistola, espingarda, sub-metralhadora, besta-sniper, lança-foguete, granadas e algumas outras. Com a arma de gravidade você pode "pegar" objetos do cenário e depois arremessá-los violentamente contra outras partes do cenário ou inimigos.

Ao invés de ter que atirar em tudo o que se move, Half-life 2 exige do jogador um comportamento mais inteligente. Você precisa escolher as armas mais apropriadas para cada ocasião. Muitas vezes você também terá que bolar estratégias para abordar determinados inimigos ou explorar certas áreas do jogo com a maior eficiência possível.




Os inimigos possuem excelente inteligência artificial. Mesmo os soldados "Combine", que são os adversários mais comuns ao longo do jogo, podem ser osso duro de roer, principalmente quando estão em mais de três. Além dos soldados humanos citados, há os inimigos aliens, que chegam a ser assustadores.

O ótimo enredo, melhor entendido por quem jogou o primeiro Half-Life, impele o jogador a continuar prosseguindo por gerar sempre uma ponta de curiosidade. Para ser melhor aproveitado, Half-Life 2 exige domínio da língua inglesa, pois o jogo não foi traduzido para o português.

Os gráficos do jogo não são nada menos do que deslumbrantes. Muitas vezes paramos de jogar só para ficar passeando pelos cenários, admirando o realismo absurdo do visual. São tantos os detalhezinhos que é impossível descrever tudo aqui. Os modelos em 3D dos personagens e adversários são incríveis. Até os olhos dos personagens se movimentam de forma realista enquanto eles olham para você.

Os efeitos de iluminação, reflexos em tempo real, partículas e superfícies como a da água também são inacreditáveis. Em suma, HL2 inaugura um novo patamar de gráficos para jogos.

Assim como o visual, os efeitos sonoros de Half-Life 2 são impecáveis. Cada tipo de superfície emite um som específico ao levar um tiro, por exemplo, e são detalhes assim que tornam um game tão especial.

Outro detalhe que vale a pena ser destacado: quando uma explosão ocorre perto de Gordon Freeman, o herói ficar surdo por alguns instantes, e com o ouvido "zunindo". Outro toque legal é o eco que uma explosão faz quando ocorre em um ambiente muito espaçoso. A trilha sonora é de primeira classe, e é ouvida apenas em certos momentos do jogo, contribuindo em muito para aumentar o suspense. Desnecessário dizer que a qualidade do som segue os elevadíssimos padrões técnicos estabelecidos também pelos outros aspectos do jogo.

O destaque, além do já citado clima apocalíptico, é a física do jogo. É impressionante ver como cada objeto do cenário é independente e reage de forma precisa às forças a ele aplicadas. Cada objeto tem não só um peso, como uma densidade e resistência próprias. Cada detalhe do cenário pode ser destruído ou simplesmente arrastado. Com a arma de gravidade, você notará que um objeto de metal pesado causará muito mais estrago quando for arremessado, principalmente sobre algo menos denso. A física na água é igualmente perfeita: a madeira boiará de forma convincente quando for jogada na água, enquanto algo de metal afundará. Os corpos do inimigo também reagem com um realismo assombroso, jamais visto em um jogo.

Deu pau?

Não podemos dizer que Half-Life 2 seja livre de bugs, principalmente na hora da instalação. Em primeiro lugar, o jogo dá pau se for instalado separadamente do Counter-Strike: Source que vem no pacote, muito embora exista essa opção no menu.

O pior de tudo neste quesito é o tal do Steam, que é um software que deve ser instalado obrigatoriamente junto com o jogo. Além de ser um programinha chato que fica residente na memória toda vez que o computador é iniciado, todos os games da Valve agora só podem ser executados através desse Steam, que fica checando pela internet alguns parâmetros do jogo.

A primeira vez que você instala o Half-Life 2 é obrigatório estar conectado à internet e o Steam ficará baixando componentes do jogo durante mais de meia-hora. Na ânsia de combater a pirataria, a Valve criou um sistema no mínimo irritante para o usuário final. Outro problema notório do jogo são os tempos de carregamento demasiadamente longos, que acabam interrompendo o fluxo de ação em alguns momentos. Em uma das máquinas onde instalamos o jogo, um pouco superior aos requisitos mínimos (listados abaixo), o jogo rodou bem com configurações de vídeo entre medianas e baixas. Se você quiser experimentar tudo o que Half-Life 2 tem a oferecer em termos de visual, terá que ter hardware de ponta.

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