Half-Life 2 - Episode Two (Orange Box)

28/02/2010 11:29

Episode Two mostra a força da narrativa criada pela equipe da Valve, evoluindo a mitologia e consolidando uma trama inegavelmente humana.

Mais um game entra na lista da franquia Half-Life, que começou modestamente em 1998 e atraiu uma legião de fãs, críticas positivas, alguns prêmios, e ainda impulsionou a saga de Gordon Freeman para novas quilometragens. Uma das séries mais importantes da plataforma PC, continua relevante mesmo com sua década completa de vida, e Episode Two vem cimentar Half-life novamente como um jogo influente para a nova geração de jogadores de PC.

Pegando a trama do ponto onde ela parou em Episode One, o game acompanha a dupla Gordon Freeman e Alyx Vance através da floresta branca, fugindo da City17 e do cataclisma engatilhado pela destruição da Citadel. Daí já se nota uma grande mudança: deixa-se para trás o cenário árido e urbano das ruas e da arquitetura européia da cidade e uma nova gama de cenários aparece. Acompanhando tal fenômeno, personagens antes designados ao segundo plano reaparecem com a devida importância, mais notavelmente Dog e os Vortigaunts, além da aparição surpresa de um personagem de longa data. A meta da dupla é alcançar os sobreviventes e a força rebelde em uma base no meio da floresta e terminar de vez com os espólios da invasão dos Combines. Muitos dramas se desenrolam durante o percurso, numa narrativa mais potente que o episódio anterior e mesmo que o HL2 original. É um conto sobre a força do humano encarado por forças maiores e dos frágeis momentos de esperança. Gordon, o silencioso cientista, toma a vez como um grande herói romântico, forte e inquebrável, mas humano e envolvido numa atmosfera que é também opressivamente humana. Necessariamente, o game termina de uma forma que muda o cenário narrativo do jogo e deixará qualquer um na expectativa do terceiro episódio. Contar mais estragaria o clima. Basta saber que o game é mais longo que o Episode One, chegando talvez na duração do Half-Life 2.




Muita coisa nova foi jogada na mistura desta vez. Além da ambientação nova, diversos novos inimigos foram desenhados para a continuação. Vale destacar os Hunters, criaturas alienígenas a serviço da força Combine, com alta mobilidade e poder de fogo. Seu design fino e curvilíneo denota perfeitamente a sagacidade e mesmo uma certa malícia assassina que transpira da AI criada para eles que, combinada a sua resistência brutal, velocidade e força, o torna um oponente formidável. O próprio modo como eles são apresentados já deixa clara a sensação de urgência que irá ser uma constante na batalha contra eles. Poucos são os adversários em um game que podem dar ao jogador a experiência que um embate contra estes oponentes dá. Episode Two fecha com uma das mais intensas e recompensadoras seqüências de ação, e boa parte se deve a estas novas criações. Fora isso, as seqüências motorizadas do Half-Life 2 retornam ao game, mas com uma mudança: Gordon e Alyx conseguem na aventura um modelo Ford Charger, devidamente modificado para compor o clima de desolação, necessidade e urgência que dirige o mundo do jogo. A mudança na jogabilidade não é algo lá tão sensível, mas sem dúvida é um toque curioso e um algo a mais para o universo do game. Finalmente, a Gravity Gun volta com força total, como uma arma essencial para derrubar Hunters (mais suscetíveis a objetos pesados na cara do que a tiros) apresenta uma pequena novidade na jogabilidade. Alguns momentos antes do fim do jogo, o gamer recebe bombas que grudam nos oponentes quando lançadas e podem ser detonadas com um disparo comum.

 




Os gráficos da seqüência se utilizam do poderio visual de um novo update da engine Source que, embora produza efeitos técnicos um pouco aquém das realizações de games da nova geração como Gears of War e Crysis, ainda continua um pacote extremamente competente. A direção de arte é fabulosa: a floresta, que se assemelha a uma vegetação de coníferas, é muito bem representada e complexa em relevo, com rios e lagos que apresentam reflexos e um trabalho admirável de luz. E nem tudo é verde: o jogador passará por diversas instalações, desde cottages nas montanhas, hotéis e bases militares até os complexos túneis de uma “colméia” de Antlions, tudo criado com igual cuidado para os detalhes. A sensação gerada pelos espaços, mais abertos que os de Episode One, traz muito à experiência do game. A animação dos personagens continua ainda muito requintada, exemplo máximo sendo novamente os Hunters que, com suas corridas atléticas e sua noção do espaço ao redor, é realmente orgânica e convincente e coloca o jogador num mundo realista e dinâmico. Alyx continua sendo uma peça chave na trama e muito do que acontece coloca-a, novamente, no olho do furacão e numa intensa experiência emocional que, em si, é uma narrativa cativante que acaba afetando os grandes acontecimentos.

Episode Two é um game mais competente que o Episode One e acaba ficando nivelado com o Half-Life 2. É um título obrigatório para qualquer fã da série e deixa dicas de que a conclusão será algo realmente poderoso e único, respondendo muitas das questões colocadas pelos games anteriores.

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