Left 4 Dead 2

Left 4 Dead 2

A pandemia de Infectados consegue ser ainda mais brutal e divertida que seu antecessor.

No game, você conhecerá quatro novos sobreviventes: Coach, Ellis, Nick e Rochelle. Novamente, o principal objetivo é escapar da pandemia do primeiro jogo. Para isso, será necessário passar por diversas locações diferentes — desta vez baseadas no sul dos Estados Unidos —, pelas quais você poderá conferir uma grande variedade de ambientes.

Ao contrário da primeira versão, Left 4 Dead 2 tem muito a oferecer quando o assunto é modo Campanha. Há uma incrível diversidade, com objetivos distintos que extrapolam a famosa fórmula em que o jogador tem de ir do ponto A ao B. Você terá de realizar alguns objetivos desta vez, libertando prisioneiros e muito mais. Algo que contribui para a diversão sem estragar o ritmo intenso do game.

Ao todo, existem cinco mapas, incrivelmente desenhados, na Campanha. Você passará por pântanos, subúrbios e até mesmo por um parque de diversões macabro abandonado. O bacana é que as campanhas são interligadas, trazendo uma coerência mais convincente em relação ao primeiro game. Em suma, você terá uma campanha sólida e divertida.

O jogo ainda oferece muito mais. Além das adições na jogabilidade, permitindo o uso de novas armas, equipamentos e itens, Left 4 Dead também traz novos modos, como Busca e Realismo. E o melhor de tudo é que os modos consagrados (Versus e Sobrevivência) também retornam.

Aprovado

Do que gostamos
 

Mantendo a classe

Left 4 Dead foi reconhecido pelo seu clima cinematográfico. A Valve conseguiu retratar nos games o que surgia nas telonas durante a década de 1970, os famosos filmes B de terror das casas conhecidas como Grindhouse. Além de uma apresentação com pôsteres que imitam cartazes de cinema, há também outras referencias, como o filtro granulado e, é claro, o excesso de brutalidade.

Tudo isto está ainda melhor na segunda versão. Os filtros ainda existem, mas a companhia tratou de inserir elementos ainda mais imersivos. A mudança climática, por exemplo, que ocorre durante os níveis é apenas um dos exemplos. Além disso, conforme mencionamos, a campanha principal do game está muito mais sólida e coerente, facilitando o entendimento da narrativa.

Os personagens também colaboram para esta sensação de estarmos jogando um filme. Diálogos bem feitos, com falas aparentemente espontâneas, e a pontuação na personalidade de cada um podem ilustrar uma parcela do que o game tem a oferecer. Até mesmo os zumbis conseguem convencer a plateia, neste caso, o jogador, com atitudes insanas de ruídos espetacularmente nojentos.

Todos os cinco níveis de Left 4 Dead 2 conseguem providenciar uma experiência inesperada, evitando uma jogatina massiva em que o objetivo é simplesmente eliminar ondas e ondas de zumbis. Para isso, a desenvolvedora inseriu diversos elementos distintos que levam à jogatina a outros caminhos, obrigando o jogador a realizar objetivos distintos. Finalmente, pode-se dizer que Left 4 Dead conta com uma campanha de verdade.

Motosserra, bastão de beisebol, katana e frigideira


Sem dúvidas, o que mais chama a atenção dos jogadores, e principalmente dos fãs, em Left 4 Dead 2 são as armas melee (corpo-a-corpo). Ausentes na primeira versão, estas armas podem ser encontradas espalhadas pelos mapas do game e substituem sua pistola. Existem vários tipos diferentes de melees, como bastões de beisebol, críquete, facões, frigideiras, pés de cabra, katanas e até mesmo a infame motosserra.

Como se pode imaginar, você deve se aproximar dos infectados para que estas armas tenham efeito. Entretanto, a Valve conseguiu compensar este perigo com o excesso de poder de cada uma das improvisadas ferramentas de destruição. Com apenas um golpe você pode eliminar os zumbis convencionais, e o resultado é fantástico.

Graças ao novo sistema de desmembramento da Valve, você pode observar os pedaços dos monstrengos voando por toda parte. Além disso, o sangue jorra e seu personagem, assim como a tela, fica encharcado pelo líquido vermelho. Nada indicado para quem acabou de almoçar. As armas adicionam, sem dúvidas, um novo tipo de estratégia, mas a contribuição principal é o divertido show de horror proporcionado pelos itens.

Felizmente, estas não são as únicas novidades no arsenal. Agora, você também conta com diversas armas de fogo distintas, como pistolas Magnum e vários rifles. Sim, as pistolas também variam em Left 4 Dead 2, algo ausente na primeira versão. Além da já mencionada arma secundária, você contará com um extenso arsenal de rifles, submetralhadoras e espingardas.

Realmente, existem muitos exemplos a serem citados, que ultrapassam facilmente o número de armas do primeiro jogo. Há um rifle automático com telescópio acoplado, submetralhadora com silenciador, shotguns de disparo sequencial e muito mais. Mas não pense que os zumbis sairão em desvantagens.
 
Grande variedade de armas para você detonar

Seu novo pesadelo

Uma das características do primeiro jogo eram os infectados com habilidades especiais. Nesta versão, os velhos companheiros dos zumbis estão de volta. Hunter, Smoker, Witcher, Boomer e Tank voltam a aterrorizar a vida dos sobreviventes. Mas eles trouxeram alguns amigos para a festa.

Ao todo, existem três novos tipos de infectados especiais. Um deles é o Jockey, uma espécie de zumbi malandro que perambula os ambientes saltitando e rindo de modo maléfico. Este infectado tem a habilidade de saltar sobre a cabeça do sobrevivente e tapar sua visão, guiando-o para onde desejar. O único jeito de livrar-se dele é com a ajuda de um companheiro humano.

Fora Jockey, há também a Spitter. Esta morta-viva conta com um design incrivelmente repugnante, afinal, não poderia ser diferente, pois sua habilidade consiste em vomitar um ácido extremamente nocivo. A bolota de ácido cuspida por esta criatura pode atingir uma área significável, o que pode prejudicar a passagem ou até mesmo matar os sobreviventes.

Por último, mas não menos importante, há o Charger. Trata-se de uma espécie de “mini-Tanker”, mas com habilidades muito mais ágeis e perigosas. Este zumbi com apenas um braço gigantesco pode agarrar os sobreviventes, correr com eles em suas mãos e marretá-los no chão até a morte. Cuidado.

Todas estas adições são mais que bem-vindas para o game. Com exceção do Jockey, que conta com uma habilidade pouco chamativa, os demais infectados se destacam e contribuem de maneira significativa para o ritmo do game. Estas novidades alteram as estratégias do modo Versus, principalmente.

A essência de Left 4 Dead 2


O melhor de Left 4 Dead 2 é desfrutar da experiência ao lado de companheiros controlados por humanos. A diversão é multiplicada e os limites expandidos. No modo Campanha você já percebe a diferença, mas é nos modos versus que você realmente percebe o quão incrível Left 4 Dead 2 pode ser. E ainda: todos os modos podem ser jogados em tela dividida no Xbox 360.

O modo Versus continua o mesmoO modo Versus é praticamente o mesmo do primeiro jogo. Os jogadores são divididos em dois times: infectados e sobreviventes. Os objetivos são iguais aos do modo campanha, ou seja, humanos escapam a zumbis tentam fazer um lanchinho. Entretanto, como todos são controlados por mentes humanas, o resultado é muito diferente.

Com a chegada das já mencionadas classes, o título permite elaborar novas estratégias e adiciona uma profundidade muito maior ao game. Nada como agarrar um sobrevivente com um Charger, pedir para seu amigo capturar quem tentar salvar sua vítima com o Jockey e vomitar no local da ação com a Spitter para acabar de uma vez por todas com a raça humana.

Mas, fora o modo Versus — já conhecido —, L4D2 também traz uma nova modalidade: Busca. Neste modo, que traz a essência de Versus mas em proporções menores, os sobreviventes devem encontrar galões de gasolina espalhados pelos mapas para reativar um gerador. Obviamente, os demais jogadores, que controlam os infectados, terão de impedir a ação.

O bacana deste modo é que o trabalho de equipe é ainda mais essencial do que no modo versus. Há um limite de tempo para os sobreviventes, que é aumentado quando os galões são utilizados, o que obriga os jogadores a planejar as ações na área segura até iniciar a partida.

Outra adição interessante, principalmente para os jogadores “hardcore”, é o modo Realismo. Este modo comporta-se de maneira semelhante ao Campanha, mas com algumas alterações que o tornam mais.... Como podemos dizer... Realista. Diversos elementos de auxílio, como as bordas que contornam os personagens, são removidas e os zumbis se tornam muito mais fortes. Uma boa dica para quem quer provar algo na Live.

Nada de ouvidos ou olhos sangrando


Left 4 Dead 2 conta com muito, mas muito sangue. Mas, certamente, a equipe de desenvolvimento tratou de cuidar muito bem do áudio e dos ouvidos dos jogadores. A trilha sonora do game é simplesmente excepcional. As músicas de fundo combinam como deveriam com os ambientes em que o jogador se encontra. Há até mesmo um momento marcante em que uma banda de rock ‘n roll faz um show enquanto você sai decapitando zumbis. Nada mais adequado.

Além disso, os ruídos das armas e, principalmente, dos zumbis, também merecem destaques. As criaturas liberam sons completamente hilários e nojentos — se é que isto é possível — e há uma grande variedade de ruídos.

Os gráficos também cumprem seu trabalho. Mesmo desfrutando da datada Source Engine, a equipe conseguiu ilustrar com muita qualidade o caos de Left 4 Dead 2. As texturas de qualidade, os efeitos (já mencionados) e as animações certamente não são um terror.
 
Texturas de qualidade, efeitos e animações surpreendentes

 


Para piorar (ou melhorar) sua situação no game, existem também novos infectados ainda mais bizarros e poderosos. Os velhos zumbis marcam presença, mas quem realmente assusta são as novas criaturas. Felizmente, tudo acaba virando pura diversão. Left 4 Dead 2 é mesmo um bom jogo, que mantém a fórmula de seu predecessor, mas adiciona muitas novidades que deixam o título ainda mais atraente.

 
 
Reprovado

O que espantou o SGM... No mau sentido
 
 

Mais do mesmo?

Bem, antes de Left 4 Dead, não havia qualquer outro jogo semelhante. O mesmo não pode ser dito em relação a Left 4 Dead 2. Isto não é exatamente um ponto negativo, mas quem não gostou do primeiro game certamente não encontrará motivos para adorar a sequência.

O velho problema da inteligência artificial

Muitas vezes, os infectados são mais espertos que seus amigos sobreviventes no modo campanha. Isto é irritante. Mesmo melhorada, a inteligência artificial ainda deixa a desejar. Os companheiros, muitas vezes, acabam deixando você de lado e até esquecem de ajudá-lo nos momentos mais perigosos. Isso sem contar, é claro, que eles dependem completamente de você para continuar em frente — mas não são capazes de salvá-lo de um Hunter. A vida é dura, não?


Conclusão

Vale a pena?
 

Se você é um fã de Left 4 Dead, resista ao boicote e adquira a sequência. O game conta com muitas novidades que o tornam ainda mais bacana que o primeiro, formando um título indispensável para fãs e essencial para quem deseja pura brutalidade regada por uma fórmula intensa e cativante. O jogo certamente não reinventa a roda, mas quem disse que isto é necessário?

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